A greve dos professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) completa hoje três meses. O movimento que cobra o pagamento dos salários em dia pelo Governo do Estado foi iniciado em 10 de novembro do ano passado e não tem previsão para ser encerrado.
Ao longo desse período, várias audiências entre os professores e equipes de secretários do Governo do Estado já foram realizadas, mas sem qualquer avanço nas negociações.
A greve começou com várias pautas, incluindo pagamento de salários em dia, divulgação de um calendário de pagamento, retirada do pacote de ajuste fiscal do Governo enviado à Assembleia Legislativa, entre outras. “Começamos a greve por dignidade, pois os professores vinham sendo atingidos nas necessidades primárias por conta dos atrasos no pagamento dos salários”, destaca o professor Valdomiro Morais, diretor da Associação de Docentes da UERN (ADUERN).
Após mobilizações contra o pacote de ajuste fiscal, Valdomiro Morais acrescenta que a atenção do movimento grevista está voltada novamente para o pagamento dos salários em dia e a divulgação de um calendário de pagamento para a categoria.
O professor Neto Vale acrescenta que a greve é resultado do descaso do Governo com o pagamento dos salários. “Chegou a um ponto em que os docentes não podiam mais continuar trabalhando diante da situação que se agravava”, critica.
O reitor da UERN, Pedro Fernandes, informa que aguarda uma proposta do Governo para a pauta dos professores. “Tenho certeza que o servidor tem a sensibilidade com o momento, que eles querem retomar as atividades, mas precisam de algo para avaliar”, pondera.
Por conta da paralisação, o segundo semestre do ano de 2017 ainda não foi iniciado. As aulas estavam previstas para serem iniciadas no último dia 4 de janeiro.
Mesmo com os estudantes sem aulas, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UERN apoia a greve.
“O que a gente tem que pensar é que a greve é o único instrumento político que os professores têm para fazer o diálogo em relação aos salários atrasados. A lógica que a gente tem que olhar não é o prejuízo que a greve traz para a UERN; é o prejuízo que o Governo traz para a UERN”, ressalta Paulo Sérgio, diretor do DCE.