Polícia Federal filmou pagamento de possível propina a chefe do Ibama em Mossoró

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Polícia Federal filmou pagamento de possível propina
Os delegados da PF concederam entrevista coletiva nesta manhã / Crédito da foto: Marcos Garcia

Polícia Federal filmou pagamento de possível propina
Os delegados da PF concederam entrevista coletiva nesta manhã / Crédito da foto: Marcos Garcia

Em entrevista coletiva realizada na manhã desta quinta-feira, 1º, os delegados da Polícia Federal Samuel Elânio de Oliveira e Igor Cesar Conti revelaram detalhes da prisão do chefe do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de Mossoró, Armênio Medeiros da Costa ocorrida nesta manhã durante a Operação Corrupião. Ele é acusado de corrupção passiva.

Segundo o delegado chefe da Polícia Federal em Mossoró, Igor Cesar Conti, a Polícia Federal tem imagens do pagamento da possível propina recebida pelo chefe do órgão no município. “Foram feitas filmagens que constaram que o servidor do Ibama teria recebido valores de uma das vítimas. Ele teria exigido valores por parte das vítimas para que não fosse fiscalizado ou aplicado qualquer penalidade”.

O delegado responsável pela operação, Igor Cesar Conti, complementou que essa filmagem foi feita com autorização judicial em que o servidor do Ibama recebe uma determinada quantia do pescador

Eles disseram que a investigação teve início em outubro de 2017 através de uma denúncia de um pescador junto a Polícia Federal e ao Ibama. Logo após foi instaurado um inquérito para apurar as irregularidades.

“De outubro do ano passado para cá foram feitas diligências e medias foram adotadas e que culminou com a operação nesta data em que teria sido feito o cumprimento de um mandado de prisão, em face do chefe do Ibama em Mossoró e um mandado de busca e apreensão na sede do Ibama aqui em Mossoró também”.

O delegado responsável pela operação, Igor Cesar Conti, declarou que a investigação teve início no município de Porto do Mangue.

“O cerne da operação não foi aqui em Mossoró. Foi um fato em Porto do Mangue em que um suposto pescador teria sido assediado pela chefe da unidade aqui em Mossoró. Nessa ocasião ele (chefe do Ibama) solicitou uma quantia de dois mil reais para que não fosse lavrado um termo de infração em decorrência do sistema Petri, que é um sistema de monitoramento do próprio Ibama. Em vista disso, o superintendente do Ibama foi até a superintendência da Polícia Federal e fez normalmente a denúncia”.

A possibilidade de outras pessoas estarem envolvidas não é descartada pela PF. “Existe a possibilidade, porém, nós não podemos confirmar ainda, mas as investigações vão continuar ainda, até porque, vítimas devem aparecer que tenham sido exigido algum valor delas e diante disso o quantitativo do que tenha sido obtido ou não com essa corrupção vai se ter uma ideia após a devida oitiva das vítimas do servidor ou dos servidores”, disse o delgado Samuel Elânio.

Igor Cesar Conti também revelou que a prática era costumeira. “A gente ouviu não só pescador, mas outro servidor do Ibama e colhemos dados com a Inteligência do Ibama, isso mercê destaque que o Ibama participou de alguma forma da operação. Com esses dados a gente conseguiu vê que a conduta era contumaz, era reiterada. Não se restringiu apenas aquele caso específico de a solicitação ao pescador”.

O nome da operação faz referência a um conhecido pássaro encontrado na região de Caatinga e traz à luz, a importância de se coibir com lisura e retidão, a prática de ilícitos relacionados ao Meio Ambiente e ao ecossistema.

Defesa alega inocência

O advogado Gilvan Lima Pereira disse que seu cliente é inocente e falou que irá provar.

“Quero dizer para toda a sociedade mossoroense que o meu cliente é inocente. Nós estamos tomando pé agora da situação. Tudo vai ser explicado na audiência de custódia de que ele é inocente. Eu não tenho dúvida disso”.

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