Magnos Alves/Da Redação
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) exonerou na quinta-feira (1°) o chefe da Unidade Técnica de 2° Nível em Mossoró, Armênio Medeiros da Costa. Ele está preso na Cadeia Pública Manoel Onofre de Souza, em Mossoró, acusado de ter cobrado propina de pescadores e empresas para não aplicar multas do Ibama.
A Assessoria de Comunicação do Ibama, em Brasília (DF), divulgou nota informando que Armênio “foi exonerado preventivamente do cargo em Mossoró”. Ao JORNAL DE FATO, a assessoria confirmou que a exoneração só ocorreu após a deflagração da Operação Corrupião pela Polícia Federal, em que, além da prisão preventiva do agora ex-chefe do Ibama, também cumpriu mandado de busca e apreensão da unidade de Mossoró do órgão.
O cargo de chefia está sendo ocupado interinamente pelo servidor Helmano Augusto de Souza, que era o substituto de Armênio.
Além da prisão preventiva, o ex-chefe do Ibama teve bens bloqueados pela Justiça. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o valor sequestrado foi de R$ 2.500,00, que equivale aos valores pagos, supostamente como propina, por um pescador e outro homem interessado na exploração de madeira.
Armênio vinha sendo investigado desde outubro do ano passado e foi filmado, na última terça-feira (30), recebendo dinheiro de um pescador, o que, segundo a Polícia Federal (PF), era o pagamento de propina pela não aplicação de uma multa contra o pescador. O valor pago seria a quarta parcela de um acordo no valor de R$ 2 mil, só que ao invés de R$ 500,00, o pescador só teria repassado R$ 300,00 na ocasião.
Esse caso chegou ao conhecimento do MPF inicialmente por meio de declarações dadas pelo superintendente do Ibama no Rio Grande do Norte, Clécio Antônio Ferreira dos Santos, afastado do cargo em setembro do ano passado também por acusação de prática de corrupção, apurada na Operação Kodama.
Segundo a PF, o caso investigado ocorreu no município de Porto do Mangue (o MPF fala em Areia Branca), que está na área de abrangência da unidade do Ibama em Mossoró. A cobrança da propina seria para a não aplicação de multa pelo instituto em razão do desligamento do Sistema de Rastreamento de Embarcações Pesqueiras por Satélites (PREPS) pelo pescador. O sistema é obrigatório para embarcações a partir de 10 metros.
As investigações continuam.
O advogado de defesa do acusado, Gilvan Lira Pereira, afirma que o seu cliente é inocente.